domingo, outubro 31, 2004

Dias de um futuro esquecido

No instante seguinte,um abismo abre-se no interior de Kate Pryde.A realidade é distorcida e ela vê-se frente a frente consigo própria.Mais jovem,tão vulnerável...
Por um impulso oferece a si mesma um beijo...
...e deixa os ventos da eternidade levarem-na para casa.

X-MEN
Argumento de Chris Claremont

7 de Março de 1944

"...Quando alguém está triste,ela aconcelha: «Lembra-te da miséria que vai pelo o mundo e sê grata por tu não a sofreres.»
Eu digo: «Vai e procura os campos, a natureza e o sol; vai,procura a felicidade em ti.Pensa no que é belo e que se realiza em ti e á tua volta, sempre e sempre de novo.
O concelho da mãe está errado,pois, o que pode fazer alguém que se sente infeliz?Perder-se na miséria?Acho que alguma coisa de belo resta sempre:a natureza,o sol, a liberdade e alguma coisa de nós próprios.É a isto que devemos agarrar-nos, e reencontrarmo-nos-emos a ti e não perderemos o equilíbrio.Aquele que é feliz,espalha felicidade.Aquele que tem coragem e confiança,nem na infelicidade se afogará!

Anne Frank

sexta-feira, outubro 29, 2004

A coincidência é o pseudónimo de Deus quando Ele não quer assinar.

bixi da kuigui

day after tomorrow

I got your letter today
And I miss you all so much, here
I can't wait to see you all
And I'm counting the days, dear
I still believe that there's gold
At the end of the world
And I'll come home
To Illinois
On the day after tomorrow

It is so hard
And it's cold here
And I'm tired of taking orders
And I miss old Rockford town
Up by the Wisconsin border
But I miss you won't believe
Shoveling snow and raking leaves
And my plane will touch down
On the day after tomorrow

I close my eyes
Every night
And I dream that I can hold you
They fill us full of lies
Everyone buys
About what it means to be a soldier
I still don't know how I'm supposed to feel
About all the blood that's been spilled
Look out on the street
Get me back home
On the day after tomorrow

You can't deny
The other side
Don't want to die
Any more than we do
What I'm trying to say,
Is don't they pray
To the same God that we do?
Tell me, how does God choose?
Whose prayers does he refuse?
Who turns the wheel?
And who throws the dice
On the day after tomorrow?

I'm not fighting
For justice
I am not fighting
For freedom
I am fighting
For my life
And another day
In the world here
I just do what I've been told
You're just the gravel on the road
And the one's that are lucky
One's come home
On the day after tomorrow

And the summer
It too will fade
And with it comes the winter's frost, dear
And I know we too are made
Of all the things that we have lost here
I'll be twenty-one today
I've been saving all my pay
And my plane will touch down
On the day after tomorrow
And my plane it will touch down
On the day after tomorrow


Mr TOM WAITS

quarta-feira, outubro 27, 2004

O resto da minha alegria

Parte 1

...
E ele dizia-me, se tu
Fores um poema de amor
eu apaixono-me por ti,e
eu desaparecia boca
fora dentro dele...

...

Parte 2

Agora eu era linda outra vez
e tu existias e merecíamos
noite inteira um tão grande
amor

Agora tu eras como o tempo
despido dos dias, por fim
vulnerável e nu, e eu
era por ti adentro eternamente

Lentamente
como só lentamente
se deve morrer de amor
abençou-te para sempre
e é assim que morro,corajosa
a escrever um livro de
amor sem chorar

Meu amor inventado
ainda assim tanto demoras

...



Valter Hugo Mãe

segunda-feira, outubro 25, 2004

Ils se mariènt et eurent beaucoup d'enfants

Três homens, de quarenta anos, interrogam-se sobre a sua vida.
Dois são casados e educam os filhos, ao passo que o terceiro,solteiro, multiplica as ligações amorosas.Os primeiros têm a sensação de sufocar, presos na armadilha de uma vida certinha, e invejam a liberdade do outro, que só sonha em dar finalmente um sentido á sua vida.

sábado, outubro 23, 2004

Nem contigo nem sem ti

Amar alguém é talvez um atentado á natureza de cada um de nós.

Nascemos e morremos sozinhos,se o amor fosse total e sem condições,morreriamos com a pessoa amada.

Mas amamos quem e porquê?



José Gameiro

terça-feira, outubro 19, 2004

Papoilas em Outubro

Esta manhã nem mesmo as nuvens entre o sol podem pôr estas saias.
Nem a mulher na ambulância
De coração vermelho a florescer assombrosamente através do
casaco -

Uma oferenda, uma oferenda de amor
Jamais pedida
Nenhum céu

Esmaiado e em chamas
Pondo a trabalhar o seu monóxido de carbono, nenhus olhos
Estáticos, em sentido sob chapéus de coco.

Ó meu Deus, o que sou eu
Possam as últimas bocasgritar alto
Numa floresta de gelo, num amanhecer de centáureas.


Sylvia Plath

Nódoa negra

A cor converge para esse sítio, de um arroxeado mortiço.
O resto do corpo fica todo descolorido,
De cor pérola.

Numa gruta cavada na rocha
O mar suga obsessivamente
Uma cavidade, o ponto central de todo o mar.

Do tamanho de uma mosca
A marca do destino
Arrasta-se pela parede abaixo.

O coração fecha-se,
O mar recua,
Os espelhos são tapados

Sylvia Plath

Só o sangue cheira a sangue

Eu torno-me cada vez mais dócil,
e tu sempre misterioso e novo,
mas teu amor, meu severo amigo,
é uma prova de ferro e fogo.

Proíbes-me de cantar, sorrir,
e há muito tempo de rezar,
desde que não me aparte de ti,
todo o resto me é igual!

Assim, alheia à terra e ao céu,
já não canto, apenas vivo.
Minha alma livre arrancaste
do inferno e do paraíso.


[1917] Anna Akhmátova

To clarify

She trackles everyday life withperverted innocence that just makes you want to give her a big hug...and then stand back very quickly while checking to see if everything is still attached.

Roman Dirge explaining Lenore

segunda-feira, outubro 18, 2004

Sofrimento

Grito bem alto por ti...
Corta-me,
Espeta-me,
Fere-me profundamente...
Grito em voz alta...
Que o meu corpo não pare de sangrar!
Aperta-me,
Viola-me,
Bate-me,
Acordo deitada sobre um chão molhado,
Vejo a minha morte!
O silêncio reforça a paranoia!

A Arte

A arte é tudo: é vida,é luz,é movimento,é ordem, é vazio, é estagnação, é caos e trevas,que me envolvem á muito tempo.
Então retiro do meu corpo as últimas gotas de sangue.Foi um prazer obscuro que se apoderou de mim.Então percorro o meu corpo...O suspiro...O desejo...E por fim a grandiosidade mortal...Eterna e carnal.Omeu corpo é o único refugio da minha alma sofrida e sacrificada por uma vontade de matar os meus sentimentos.O que me resta?Nada a não ser arte! É tudo uma questão de arte!!!

- Tens muito que fazer?
- Não.Tenho muito que amar.

Sebastião da Gama

quinta-feira, outubro 07, 2004

Ana Teresa Pereira

Encontrei este texto num blog dedicado a Ana Teresa Pereira.Achei-o tão puro que tive de partilhar.Espero que não me levem a mal.
http://anateresapereira.blogspot.com/
Vale a pena dar uma espreitadé-la

A minha ponte pra Ana Teresa Pereira

Infelizmente não entrei numa livraria e dei com "O Rosto de Deus", nem nenhum amigo me falou d' "A Coisa que Eu Sou". Quem me fez a ponte pra eu chegar até aos livros de Ana Teresa Pereira, foi o poeta José Tolentino Mendonça. Lembro-me do poeta falar dos livros dela como livros que nos prendem do início até ao fim. Livros que nos tiram os pés do chão. Ele dizia, inclusive, que os levava , quando fazia as suas viagens de avião da Madeira até Lisboa. Ou seja, lia-os nas nuvens. Nessa altura fiquei convencida. Valia a pena procurá-los e lê-los. No entanto, mais convecida fiquei, quando eu lera uma das suas crónicas , pra o jornal O Público, mas especificamente pra a coluna Mil Folhas. Fala de uma conversa sobre livros (claro) com a escritora. Numa esplanada, ela perguntava-lhe, " Já leste aquele livro da Iris Murdoch...? e a cada "não" que recebia, ela lá dizia, "Vai pra casa lê-lo!" Achei curiossíma. Assim fiquei logo a saber que ela vivia com os livros, com os antigos,... E entendi, então, as palavras dela:" Só sei escrever sobre escritores. Acho que não consigo imaginar a vida das pessoas que não escrevem, que não lêem."
E eu também fui pra casa ler os livros de Ana Teresa Pereira.

A minha história foi diferente,estava a passear numa feira do livro com umas amigas que têm o privilégio de trabalhar numa livraria,quando as vi falar de um livro...assim que olhei para a capa,tudo á minha volta desapareceu.Era a imagem de um dos meus quadros favoritos e depois o titulo!!!SE EU MORRER ANTES DE ACORDAR!!!Nem entendi bem o que estavam a falar sobre o livro...apenas comprei!Começei a ler e derepente estava perdida num livro de contos fenomenais.Depois tive de o reler...há muito que não encontrava um livro que tivesse de reler e tirar notas.Depois fui comprando os outros de uma maneira já obsessiva.Quando acabaram,começei a procurar os livros,filmes,quadros,etc de que Ela tanto falava.Acabei a "coleção" dos livros na mesma feira com os livros infantis,que não encontrei em mais lado nenhum.Ainda hoje me faltam os livros da black sun,mas não se pode ter tudo!Lembro-me que uma das minhas melhores prendas de anos,foi um recorte do jornal público das suas crónicas!Estava a precisar de ler algo fresco e quente como a escrita dela.Aguardo desesperadamente os dois livros dela!!!Enquanto isso aprendo o que ela nos ensina...

O velho e as castanhas

Num dia de Outono...(Um Outono normal,não um Outono como o de este ano!)
Estava eu super atrasada, para ir não me recordo onde,quando te vi...Para ti deveria ser mais um dia.Mais um dia como os outros...Foi uma questão de segundos.Olhei para ti e cheirei as castanhas á minha frente.Estava frio e apetecia-me sujar as mãos com as castanhas.O autocarro estava parado no sinal vermelho que ameaçava desaparecer...corri e fui satisfazer o meu desejo.Mas tu voltas-te á minha memória.Então reparei que só pedias ás pessoas comida.Peguei no pacote, tirei uma castanha e fui ter com o senhor.
Disse-lhe: Não sei se gosta de castanhas,mas tenho mesmo de apanhar aquele autocarro que ali vem e não lhe posso oferecer mais nada,mas...Fique com elas...que eu fico com esta!
O Senhor olhou para mim, com uma cara em que estava retratada a surpresa e a felicidade de voltar a saborear umas castanhas.Não deve haver nada pior do que gostar de castanhas,ter fome e estar em frente a um dos milhares de carrinhos de castanhas que existem em toda a cidade.Corri que nem uma louca para o autocarro pois já estava na paragem.Entrei com uma sensação de liberdade e sentei-me...ainda te observei...Dirigiste-te imediatamente para um banco e sentaste-te a comer.Desfrutas-te o momento.Sentiste o prazer de uma castanha na boca num dia de frio e observas-te o mundo á tua volta. Nunca mais te vi...nunca mais tive o prazer de te oferecer castanhas,mas a minha castanha teve um sabor diferente e nunca a hei-de esqueçer.

WHAT DIFFERENCE DOES IT MAKE ?

All men have secrets and here is mine
So let it be known
For we have been through hell and high tide
I think I can rely on you ...
And yet you start to recoil
Heavy words are so lightly thrown
But still I'd leap in front of a flying bullet for you

So, what difference does it make ?
So, what difference does it make ?
It makes none
But now you have gone
And you must be looking very old tonight


The devil will find work for idle hands to do
I stole and I lied, and why ?
Because you asked me to !
But now you make me feel so ashamed
Because I've only got two hands
Well, I'm still fond of you, oh-ho-oh


So, what difference does it make ?
Oh, what difference does it make ?
Oh, it makes none
But now you have gone
And your prejudice won't keep you warm tonight


Oh, the devil will find work for idle hands to do
I stole, and then I lied
Just because you asked me to
But now you know the truth about me
You won't see me anymore
Well, I'm still fond of you, oh-ho-oh


But no more apologies
No more, no more apologies
Oh, I'm too tired
I'm so sick and tired
And I'm feeling very sick and ill today
But I'm still fond of you, oh-ho-oh


Oh, my sacred one ...
Oh ...