segunda-feira, setembro 13, 2004

Intenções para CONFIDENCIAL

Pretendo nesta nova peça chegar ao limite.Não sei ainda bem qual.
Para já,não procuro nas palavras mas nas acções,na violência da música,na obsessão de um cenário repetitivo.
Procuro algo de desmesurado.Desmesuradamente contido e,ao mesmo tempo,fora do controle.
Uma força energética.
Uma verdade.
Uma vontade desmedida.
Nada de complicado.Simples.Sempre muito simples.
Desarrumado,porém com tudo no sítio.
Descobrir o sítio das coisas,não ao certo,mas o necessário.
Vasculhar nas intenções para criar tensões.
Conceber novos métodos,recorrendo a tudo o que já se sabe para nos lembrarmos que isso já foi feito.
Voltar a reflectir sobre tudo o que até agora não passaram de impossibilidades.
Pretendo que cada um de nós se dispa de si e se perca num mundo de ilusões.
Manipular o tempo,o espaço.
Mentir descaradamente.
Provar que a magia existe sem truques.
Criar uma velocidade que não dê hipótese a reflexões.
Encaminhar tudo para a vertigem.
Conseguir que o caos se instale,não pela desordem ou sobreposição de cenas mas,como uma consequência inevitável.
Que o confortoe a tranquilidade não passem de enganosas e falsas pistas.
Queria ainda que tudo fosse encarado como um jogo lúdico,idealista,ilógico,controverso,absurdo.
Desejava que a palavra CONFIDENCIAL se tornasse mais do que um título e se desdobrasse em matéria de reflexão,individual e colectiva.Não do ponto de vista de confidência,mas do que ainda não descodificámos,do que o nosso subconsciente ainda não nos confidenciou.
Necessito de ultrapassar as minhas expectativas!
Surpreender-mo-nos é urgente!!!

Olga Roriz