Estou deitada na erva, a humidade atravessa-me a roupa, os ramos das camélias desenham teias por cima de mim, e há cores, luz, vento, nuvens que passam entre as folhas;
vejo a parede da capela, onde o decorrer dos anos fez surgr cinzentos, brancos , azuis, vermelhos;
as rosas que estavam secas no inverno agora estão em flor;
se me erguer um pouco vejo o reflexo dos ramos no vidro da janela, uma parte interior, uma janela igual, o jardim do outro lado, as árvores e o muro.
E há no meu corpo um abandono que apenas conhecem os que são amados.
E quando a solidão se tornava insuportável, ele apareceu. Na verdade fui eu que o procurei, sem saber que o fazia, no nevoeiro e na chuva, perto do mar.Há muito tempo,quando o inverno começava. Porque havia em mim um longo sonho de primavera, como nas flores que dormem debaixo da neve, e surgem antes de a neve desaparecer.vejo a parede da capela, onde o decorrer dos anos fez surgr cinzentos, brancos , azuis, vermelhos;
as rosas que estavam secas no inverno agora estão em flor;
se me erguer um pouco vejo o reflexo dos ramos no vidro da janela, uma parte interior, uma janela igual, o jardim do outro lado, as árvores e o muro.
E há no meu corpo um abandono que apenas conhecem os que são amados.
E a Primavera chegou.
2 Comments:
"E há no meu corpo um abandono que apenas conhecem os que são amados."
Não tinha pensado assim...
ana teresa pereira... inconfundivel...
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