domingo, abril 08, 2007


No dia em que partir, levo comigo os sons, as imagens, as palavras, uma paleta de emoções.
Nesse dia em que nos apartarmos, levo os sorrisos e as lágrimas, os sonhos e os gestos.
Os sonhos que eu retirei daquela caixa fechada, guardada num armário bolorento, naquele canto do coração em que guardo cicatrizes, cobertas de terra húmida e fértil.

Molhada pelo orvalho das madrugadas, dessas horas passadas contigo, em que dum profundo suspiro, nasci...

Quando a luz da manhã de um novo dia começar a infiltrar-se pela janela, acordaremos sozinhos, não mais nos braços um do outro, na maciez e embalo entrelaçados...
Porém, num novo espaço muito maior que o que tinhamos.
Até a dor e a ausência precisam de um espaço, o equilíbrio.
Amanhã, tal como hoje e para sempre, vou olhar o céu, ver as estrelas, e acreditar que numa delas estás a olhar para mim e a sorrir, vês como sorrio para ti?
Há coisas nas quais temos de reconhecer a acção de Deus, soube-o no exacto momento em que te senti dentro de mim, nesta mente e corpo sedentos.
Nesse tempo sem cura, mas também...

Na falta da presença, do abraço, a cada dia.
Por vezes na revolta de simplesmente não ter, não ser.


Escrito por CP

Gosto tanto de vocês, gosto mesmo, mesmo muito!
E não consigo imaginar o pior, desculpa-me mas não consigo, não imagino as coisas de outra maneira.Gosto de vocês com um carinho muito especial.Dos mais especiais...