terça-feira, novembro 30, 2004

Mudança

Já fui triste fui alegre
Agora sou diferente
E já fui de vidro
muito antigamente

Mendes de Carvalho

Ópio

Tua água me falta
teu corpo revejo
teu cheio relembro
teu sexo desejo

O sémen inútil
(masturbação-dor)
reclama o mar
e a terra
do teu corpo-amor

Mendes de carvalho

Sempre

A noite
o écran
um cigarro
um whisky
um cigarro

os teus olhos
o teu corpo
a tua voz

a tua pele
a seda a cor
a tua boca
a saliva o sabor
o teu mel

o encontro
o segredo
porta aberta
pra tudo
sem medo

a viagem
que fizemos
eu em ti
tu em mim

tatuagem
pra sempre
sem começo
nem fim

Mendes de Carvalho

domingo, novembro 28, 2004

...

Qualquer coisa é muita- não; qualquer coisinha é tudo quando já não há mais nada.

Explicações de português, Miguel Esteves Cardoso

A nossa noite

Até se poderia dizer que foi uma noite como as outras,mas não,foi um pouco diferente,só um pouco.
Acordei com companhia.Alguém dormia na mesma cama do que eu!Alguém passou a noite comigo.Assim que a ressaca começou a fazer efeito,com nitidez me lembrei de como tinhas ido ali parar...Começou com uma noite normal...Depois acabamos na loucura da escuridão .Os corpos juntos,os beijos quentes,o toque e o calor.O sexo.Foi bom...é sempre bom,principalmente quando nos sentimos vivos no mundo.Quando serve para sentir prazer e calor.Os mimos e as carícias,que por vezes são esquecidas...Podem dizer o que quiserem,mas a noite não foi só sexo.Apenas não quero descobrir o que foi...

Amália Rodrigues


Foi uma estranha forma de vida porque eu não fiz nada por ela, foi por vontade de Deus, não é? "Que eu vivo nesta ansiedade, que todos os ais são meus que é tudo minha a saudade, foi por vontade de Deus". Já isto fiz com trinta anos! Quer dizer já eu pressentía que tinha sido Deus que me tinha feito o destino, que me tinha marcado o destino, que me deu uma natureza para a qual eu nasci, ... nasci com esta obrigação de cantar fado! Ou foi o fado que fez isto! O fado é destino, portanto deu-me este destino a mim!
Quando eu morrer váo inventar muitas histórias sobre mim, se inventaram sobre a severa e não se sabe se ela existiu, e de mim sabem concerteza que eu existi.  Posted by Hello

quarta-feira, novembro 24, 2004

...

A tua mão distraída, passeando pelo meu peito, cheio de um estranho cansaço, juvenil e impaciente,«estou de rastos e quero mais». Será isto amor?

Júlio Machado Vaz, Estes difíceis amores


Uma bela imagem do kamasutra de Manara Posted by Hello

terça-feira, novembro 23, 2004

...

Dei-te os dias,as horas e os minutos
Destes anos
de vida que passaram;
Nos mues versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
D o teu rosto proibido; (...)

Miguel Torga, poesia completa

quarta-feira, novembro 17, 2004

...

i could you leave me...
'cause you have a star that shine....
simplicity...
for once in a while you can care about me...

terça-feira, novembro 16, 2004

Cidade de luz

Lisboa:
A luz da Arte
a sua luz, o seu tejo, as suas casas, triangulam uma realidade cujo fascínio tem tocado habitantes da cidade, artistas e forasteiros.
A luz de Lisboa, infiltrando-se consciente ou inadvertidamente nos que nela vivem ou se movimentam,tem sido, porventura, o principal estímulo da criatividade, verificada em diferentes momentos históricos.Descrições a apontamentos pictóricos da cidade, por nacionais e estrangeiros, em épocas remotas, parecem confirmá-lo.
Clara, quente, serena (por vezes subtil), límpida, nevoenta, amarela de sol, azulada ou esverdeada de rio, cinzenta ou branca de gaivotas, a luz de Lisboaespalha-se pelas ruas sem sombras, infiltra-se nas janelas ribeirinhas, quebra-se nas esquinas e refugia-se nos recantos da urbe antiga.(...)
Margarida Matias - professora de história de arte

A luz singular
Alain Tanner, suiço, filmou Lisboa e chamou-lhe A Cidade Branca.A referência mantém-se, mesmo passados vinte anos.Mas porque será que falamos sempre na luz de Lisboa?porquê o singular?Há trinta anos que olho e não vejo nada igual.
Escrevo a olhar para a janela e descubro-me cego.A ausência (quase) total de cor, em tudo se esbate e a luz nadfa agarra.Amanhã será diferente;ou ainda hoje, provavelmente.
Teremos uma doce manhã azul como a chama de gás a arder?Ou uma tarde cortante de sombras cravadas no chão que os olhos semicerrados mal podem ver?Filmar em Lisboa é viver nessa permanente incógnita.Momentos em que basta deixar entrar luz na objectiva para que mil cores se imprimam na película...horas passadas à espera que a luz mude e só uma cor se distinga...E nós sempre com a câmara apontada,à espera de uma só coisa:aquele tempo em que a luz é perfeita e ninguém consegue perceber onde acaba o rio e começa o céu.
Gonçalo Teles - Cineasta

A luz que mata
Em 1666, Sir Isaac Newton verificava que a luz do sol, quando incidia numa surperfície biselada de vidro, em parte se reflectia e em parte se desdobrava numa sequência de cores idêntica à arco-íris.
Lisboa, como um vidro, reflete a luz transformando a paisagem urbana numa trama colorida.Não é uma cidade branca.Lisboa é um cenário dourado quando o Outono permite o sol rebatido nas colinas encavalitadas sobre o Tejo.Em menino pensava Lisboa em tons cinzentos.A memória traz-me uma cidade sem cor, mas de luz coada por ruas rasgadas entre casas.Em Alfama há dias do ano em que triângulos de luz desenham o volume das coisas e as gentes surgem de sombras duras.Habituei-me a olhar as fotografias de Gerard Castello-Lopes, feitas nos anos 50, quando eu ia com a minha mãe ver os barcos ao Cais das Colunas.A luz, incontornável, era uma sinfonia bem temperada de barcos puros, negros profundos e meios-tons infinitos, só possível nas tiragens fotográficas do impressor parisiense Steinmetz.
Quando o nevoeiro paira sobre a baixa pombalina, o movimento da cidade torna-se mais lento.Há mais desenho.Fotografar é como riscar carvão num papel disponivél ao instante.Foi Mestre Lagoa Henriques que me despertou para este equilíbrio de formas e ritmos que é possivél esboçar num ápice com traço certeiro.Com Henri Cartier-Bresson aprendi a urgência que há no acto de fotografar: congelar o instante com essa matéria divina que é a luz.E o mestre soube fazê-lo em 56 nesta Lisboa triste e alegre com Tejo e tudo, lembrando-me também das granulosas imagens dos arquitectos-fotógrafos Vitor Palla e Costa Martins, cronistas desse tempo.Numa manhã de 1998 acordei com o nascer do sol.Era o último dia da Expo.Uma figura entrava no meu enquadramento cortando o silêncio.Disparei.Ao fundo o rio renascia e a gloriosa ponte Vasco da Gama lançava-se para a história.Bendita luz dos tempos!Lisboa permanece no seu mistério.Há quem diga que é a luz, há quem diga que é o fado.É uma olhar de princesa que enfeitiça e mata.Definitivamente.
Luiz Carvalho - Fotógrafo

segunda-feira, novembro 08, 2004

I MELT WITH YOU of Modern English

Moving forward using all my breath
Making love to you was never second best
I saw the world thrashing all around your face
Never really knowing it was always mesh and lace

I’ll stop the world and melt with you
You’ve seen the difference and it’s getting better all the time
There’s nothing you and I won’t do
I’ll stop the world and melt with you

(you should know better)
Dream of better lives the kind which never hate
(you should see why)
Dropped in the state of imaginary grace
(you should know better)
I made a pilgrimage to save this humans race
(you should see why)
What I’m comprehending a race that long gone bye

(I’ll stop the world) I’ll stop the world and melt with you
(I’ll stop the world) you’ve seen the difference and it’s getting better all the time
(let’s stop the world) there’s nothing you and I won’t do
(let’s stop the world) I’ll stop the world and melt with you

The future’s open wide

(let’s stop the world) I’ll stop the world and melt with you
(let’s stop the world) I’ve seen some changes but it’s getting better all the time
(let’s stop the world) there’s nothing you and I won’t do
(let’s stop the world) I’ll stop the world and melt with you

The future’s open wide

Hmmm hmmm hmmm
Hmmm hmmm hmmm hmmm
Hmmm hmmm hmmm
Hmmm hmmm hmmm hmmm

I’ll stop the world and melt with you (let’s stop the world)
You’ve seen the difference and it’s getting better all the time (let’s stop the world)
There’s nothing you and I won’t do (let’s stop the world)
I’ll stop the world and melt with you (let’s stop the world)
I’ll stop the world and melt with you (let’s stop the world)
I’ll stop the world and melt with you (let’s stop the world)

Se eu não te amasse tanto assim...

Não traria no peito
a mágoa da tua ausência,
a fúria incontida do mar,
o sabor a pinhal
nas tuas mãos macias...

Se eu não te amasse tanto assim...

Não me encontrava
perdida de mim própria,
desprezando valores,
orgulhos, carácter
e um senão
de coisas infindáveis.

Se eu não te amasse tanto assim...

Não sentiria os
teus beijos
no meu corpo quente,
o frenesim duma paixão
ardente,
a loucura do teu olhar.

Se eu não te amasse tanto assim...

matava a saudade no meu peito
vivia a vida,
retomava o sol, o mar
em minhas mãos,
e deixaria de te amar.

Ah!!Se eu não te amasse tanto assim...

terça-feira, novembro 02, 2004


Aldeiazinha

Nesta aldeia camponesa
onde a vida é tão sádia.
O bom vinho á nossa mesa
e a força da natureza
são o pão de cada dia.

Se recordar é viver
e se queremos ser felizes,
evoluir é saber
que não podemos crescer
sem conservar as raízes.

F.H.
 Posted by Hello


O moinho lindo!!! Posted by Hello

A Aldeia Típica do Sobreiro de José Franco

Quando era pequena,lembro-me dos meus pais irem lá muito,talvez porque o meu bissavô,era muito amigo de José.
A Aldeia,que fica perto de Mafra, é um pequeno mundo que saiu de duas grandes mãos "de ouro",tudo em miniatura,cheio de caminhos que nos levam a sonhar.Saber que foi José com a ajuda de sua mulher,em 1945 a construirem tudo,é um sinal claro de "o homem sonha, a obra nasce"
Ali podemos encontrar reproduções de arquitectura da época,das suas artes e ofícios,bem como os costumes de outrora,bem diferentes dos de agora.
O pormenor é impressionante, revelando, para lá de um enorme domínio das
mãos e da matéria prima, um grande conhecimento das raízes da sua gente.
Pela aldeia típica,está o moleiro e o seu moinho, onde se fabrica a
farinha que, mais tarde, irá dar pão. Por ali existe a taberna, onde se bebe
vinho e se compra pão com chouriço,este sim é um pão com chouriço!E há um manancial de ofícios, desde o sapateiro, ao barbeiro, da mercearia da Ti'lena à adega.
A aldeia de casas baixas e brancas de faixa azul, o conjunto de
trabalhadores na faina,o senhor que toca o sino,e como uma senhora de idade disse ao meu lado,-Coitado ele bem toca o sino,mas ninguém vai á igreja.Ou o castelo que é uma delícia.Esta aldeia é um encanto!


Let's smash some pumpkins tonight,babe!!!

E assim passou mais um halloween...Depois de uma semana infernal de férias e pronta para ir trabalhar, tive um halloween daqueles em que nunca se sabe o que vai acontecer!
Tinha combinado ir dar uma "volta" para o bairro,mas alguém e para variar, nesta semana, se descartou.Então surgiu um telefonema da pessoa mais improvável, a convidar-me para uma festa de halloween,semi privada.Lá fui eu,uma festa em Almada,(há quanto tempo não ia eu lá...),um bar calmo,todas as cadeiras estavam viradas para uma parede branca com a projecção do recente filme, a casa dos 1000 cadavéres,o filme veio mesmo a calhar...Depois a musica,muito old school,um termo muito usado ultimamente,mas sempre acompanhada de bons filmes,neste caso era o Estranho mundo de jack.Depois deu-se a aparição do meu irmão,sim é uma aparição porque não o via há dois anos!!!E aí começou a desgraça,uma caneca,duas canecas...as recordações,e lá tive de vir para Lisboa(devia haver barcos a noite toda, e de certeza que há mais gente a concordar comigo).Acabei a noite no incognito!Estava sem dúvida uma noite bonita,não muito cheio,mas cheio de gente bonita e contente.Tudo ali era boa energia,tudo saltava,dançava,o que também não é de admirar, o Rai estava inspirado.Como adoro aquele sítio. O momento mais cómico foi quando dei com o meu irmão a dizer raimunda,raimunda,raimunda!!!E disse-lhe para estar calado.Muito surpreendido perguntou-me porquê,quando lhe expliquei que o dj se chamava Raimundo,desatou a rir!!!E eu ali sem entender nada,até que me foi explicado que raimunda é uma tipa feia com uma boa bumda!!!ahahahah Segundo eles havia duas raimundas ao nosso lado!...