Não és...
Não te amo. Mas acho confortável gostar de ti. Gosto quando me sorris, quando me olhas, quando me fazes rir e até quando me ignoras de propósito.
Não estou apaixonada de chorar e bradar aos céus quando discutimos ou quando não te vejo. Apenas fico com a neura quando vais embora.
Fazes-me lembrar sonhos de criança, amigos e brincadeiras. Lembras-me o sol e a chuva e como de tão diferentes às vezes acontecem ao mesmo tempo.
Mas serás assim tão diferente de mim? Se ris, se choras, se me olhas com esperança e se foges do meu olhar. Se tens medo de arriscar e te escondes na sombra. Se fazes rir para não te levarem a sério com medo do que possam descobrir.
A máscara... a eterna máscara pela qual estou condenada a apaixonar-me!
Mas não estou apaixonada. Apenas te acho confortável. É confortável pensar em ti em vez dos problemas do trabalho. É confortável gostar de ti sem aquele turbilhão de emoções que nos assalta.
Não é um amor de adolescente de tiro e queda. É algo confortável e adulto.
Não és o meu principe encantado, nem me vais salvar da minha torre. Mas pelos vistos passei do prazo para ter direito a principes de olhos azuis. E os teus olhos negros são tão apelativos!
Enfim... para aqui estou, assim, a lembrar-me de ti e a negar a mim própria que estou apaixonada. Apenas és confortável!
És apenas tudo o que perdi...
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