sexta-feira, julho 13, 2007


Nas palavras que escrevi permanece aquilo que pensei durante um momento, ou durante um ano, ou durante a vida toda. Nas palavras que escrevi permanece aquilo que fui, aquilo que nada sei se ainda sou.


Perguntou-me o que é que eu escrevia nos livros. Respondi-lhe que me escrevia a mim. Escrevo-me.

Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou.

Escrevo-me nas palavras ridículas: amor, esperança, estrelas, e nas palavras mais belas: claridade, pureza céu. Transformo-me em palavras.

Ele olhou-me, e tudo isto ele sabia antes de me ter perguntado.


Descrevi-lhe o corpo.
Descrevi-lhe o silêncio.



Porque nas palavras escritas tocávamo-nos realmente.