quarta-feira, setembro 21, 2005

Cavalo à solta



Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.

José Carlos Ary dos Santos

1 Comments:

At sexta-feira, setembro 23, 2005 11:05:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

olá...
sabes que durante 8 anos trabalhei num atelier (acho que já te tinha dito...)
Era um espaço simpático com vista para o antigo cinema Roma e para as nespereiras do quintais vizinhos...
O espaço era dividido por varias pessoas, designers, linguistas, editores e durante algum tempo com uma pessoa muito especial para mim....o meu "Mestre"!
O "Mestre" é daquelas pessoas de que se bebe informação, cultura....
Arquitecto, pintor, escritor, letrista e compositor....quando o ouvia falar perdia-me (assim como perdia horas de trabalho ;)
Ele falava-me do Zeca, do Ary, do Carlos do Carmo, do Ivan lins, do Fernando Girão, do Adriano Correia de Oliveira, do Zé Mario Branco.....e eu ficava estasiada!
O "Meste" compôs muitas da musicas do Ary e escreveu alguns dsos fados mais conhecidos do Carlos do Carmo...

Obras como "O homem na cidade"....
como.."No teu poema..."

Tenho saudades das conversas do Mestre, das dicertações...do sorriso franco e de por momento sentir que o "Ary" também jantava em minha casa

beijinhos

 

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