sábado, maio 21, 2005

Vincent

Tenho de admitir que sempre fui fascinada pelos quadros dele e que nunca gostei muito do Virgílio Castelo,mas depois da peça de teatro a que assisti hoje,tudo mudou...O Van Gogh continua e continuará a ter a sua magia,e o Virgílio ganhou um respeito enorme por mim...A peça acabou e eu estava barbaramente encantada e com um grande vontade de chorar por toda aquela agonia...Deixo aqui um texto escrito pelo próprio Virgílio.

O que é o talento?
Pergunta dificílima de responder.
Há quem pense que é um dom,quem afirme que é uma persistência, quem diga que é um arbítrio, quem ache que é um equívoco.
E o génio?Quem sabe de que mistério é feito?Pergunta ainda mais difícil de responder.
Será um sopro dos deuses? Uma benção dos infernos?
Um desígnio do oculto? Ou uma cruz do acaso?Vincent Van Gogh talvez tenho ticado o céu de uma resposta, mas se o fez, levou consigo o mapa do caminho e já não nos pode dizer qual é. Ou será que pode?
O que deixou escrito faz-nos pensar que, mesmo tendo sofrido em carne viva o desafio que lançou ao destino,andou muito perto de segredo e dos enigmas que o regem.O que deixou pintado faz-nos pensar que, se não encontrou a resposta exacta para as perguntas eternas, iluminou fortemente o caminho, com as cores mais dramáticas,mais inesperadas e mais desesperadamente belas que alguém já derramou numa tela.
Será o artista um anjo condenado a não ter céu?
O teatro é uma arte que, ao contrário da pintura, vive do efémero.No mistério do momento partilhado há uma energia feita de comunhão.O palco e o público entregam-se sem reservas e produzem o milagre do instante irrepetível.Leonard Nimoy escreveu um texto magnífico em que a vida e a obra de Vincent Van Gogh Surgem aos olhos do público com todo o seu esplendor, o seu mistério, a sua dor e a sua incontestável genialidade.
O António Feio encenou este espectáculo com a mestri, a sensibilidade e a delicadeza necessárias para que ´génio de Van Gogh nos toque a todos e a cada um.Oxalá eu consiga transmitir-vos,durante alguns momentos, tudo o que o Antonio pediu, o Nimoy escreveu e o Vincent merece.
Virgílo Castelo

Eu digo: palavras para quê?

1 Comments:

At sábado, maio 21, 2005 1:45:00 da manhã, Blogger M de M said...

acreditas que no museu van gogh em amesterdão ( que tu tambem conheces) chorei que nem uma Madalena arrependida perante tamanha sensibilidade artística?

Espero sentir o mesmo quando for ver a peça!

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