Enquanto estiveres aí de Marc Levy
castela do paulo,salão de chá japonês
(...)
A mãe ensinou-o a apreciar o café, o seu gosto, mas sobretudo o aroma.
- Sentes-te bem, Arthur?
- Sinto.
- Então, abre bem os olhos e olha à tua volta.As boas recordações não devem ser efémeras.Impregna-te de cores e materiais. Será essa a origem dos teus gostos e nostalgias, quando fores um homem.
- Mas, eu sou um homem!
- Eu queria dizer um adulto.
- Nós as crianças, somos tão diferentes?
- Sim! Nós, os adultos, sentimos angústias que a infância ignora, medos, se preferires.
- De que é que tens medo?
A mãe explicou-lhe que os adultos têm medo de toda a espécie de coisas, medo de envelhecer, medo de morrer, medo do que não viveram, medo das doenças, medo, por vezes, do próprio olhar das crianças, medo de serem julgados.
(...)
- Por vezes, revelamo-nos impotentes perante os nossos desejos, as nossas vontades e impulsos, o que provoca um tormento muitas vezes insustentável.Este sentimento acompanhar-te-á por toda a vida, em certos momentos esquecê-lo-ás, em outros será uma espécie de obsessão.Uma parte da arte de viver depende da nossa capacidade de combater a impotência.É difícil porque,muitas vezes, a impotência gera o medo.Aniquila as nossas reações, a nossa inteligência, o nosso bom senso, abrindo as portas à fraqueza.Experimentarás muitos medos.Luta contra eles, mas não os substituas por hesitações muito longas.Reflecte,decide e age!Não tenhas dúvidas, a incapacidade de assumir as próprias opções cria uma certa dificuldade de viver.Cada problema pode tornar-se um jogo, cada decisão tomada poderá ensinar-te a conheceres-te, a compreenderes-te.
Agita o mundo, o teu mundo!Observa a paisagem que se te oferece,admira como a costa é finamente cinzelada, dir-se-ia feita de renda, repara como o sol desvenda milhares de luzes todas diferentes.Acariciadas pelo vento, as árvoresoscilam à sua própria velocidade.Pode parecer-te que a natureza teve medo ao inventar tantos promenores,tanta densidade. Mas, a mais bela das coisas que a terra nos deu, o que faz de nós seres humanos, é a felicidade de partilhar,é um enfermo das suas emoções.
(...)
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